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25-10-2006

Fábrica Centro de Ciência Viva


À procura da gastronomia na Universidade de Aveiro

Já tive ocasião de dizer, muitas vezes, que assistimos em Portugal a um verdadeiro renascimento dos interesses culturais em Gastronomia. Os fenómenos são cada vez mais evidentes, inclusive na participação dos grandes Mestres da Culinária.

A Universidadede Aveiro parece-me que percebeu que a nossa alimentação, não só tem aspectos essenciais, para conservar e preservar a vida, como também possui o poder de salvaguardar, no futuro, a qualidade de vida dos seres humanos. Alegra-me ver que esta importante Universidade tenha a preocupação essencial e vital que deve ter, para proteger a comunidade.

Digo e repito que, estando ciente da importância que as descobertas científicas trazem para o homem, parece-me que a nossa inoperância sobre a banalização da nossa alimentação eno-gastronómica se torna de tal forma tresloucada, que parece paradoxal querer viver-se na Lua, no Planeta Marte ou no fundo dos Oceanos, sem conseguirmos viver com saúde e com verdadeiraqualidade de vida nesta Terra que habitamos há milhares de anos.

Se acho absolutamente importante que as matemáticas ou as ciências computorizadas tenham o lugar que a vida moderna lhes obriga a desempenhar, penso, ao mesmo tempo, que deveríamos ensinar ás nossas crianças a importância da nossa alimentação gastronómica para o bem-estar do nosso conforto salutar e para a beleza da nossa civilização.

Quando falo da Universidade de Aveiro, quero referir a sua Fundação João Jacinto de Magalhães que, através da Fábrica Centro de Ciência Viva, dinamiza a divulgação da cultura científica e que não se limita às invenções do passado e ao progresso de todos os dias, mas que entra, também, pelas questões do domínio alimentar, realçando tudo quanto pode ajudar a Cultura e a Ciência.

Na última vez que visitei as instalações da FÁBRICA Centro de Ciência Viva, pude observar um número considerável de jovens, rodeando um tabuleiro de um jogo, um pouco semelhante ao famoso e bem conhecido MONOPÓLIO.
A grande diferença consiste no facto deste jogo, denominado RODA dos ALIMENTOS, ter sido desenvolvido pela Fábrica Centro de Ciência Viva. A competição decorre à volta dos alimentos crus ou cozinhados.

Pude apreciar que este desafio não só permitia criar uma verdadeira competição entre os participantes como também ampliava os conhecimentos culturais à volta do referido jogo, contribuindo, tanto para os conhecimentos gerais dos alunos, como para o aumento da sua cultura nos domínios alimentar e gastronómico.

Permitam-me sublinhar que, nas minhas actividades, tento sensibilizar o público leitor, para a importância que o acto gastronómico tem no nosso dia a dia. Fico, portanto, muito satisfeito por ver que, finalmente, uma Instituição como a FÁBRICA Centro de Ciência Viva, da Fundação João Jacinto de Magalhães, em Aveiro, se dedica à divulgação pedagógica de uma importante actividade que, temos que reconhecer, é extremamente benéfica para o futuro de todos.

A FÁBRICA Centro de Ciência Viva, à qual aconselho vivamente uma visita, foi instalada numa antiga fábrica de moagem, um pouco semelhante à Fábrica de Moagem da Régua, em frente ao futuro Museu do Vinho do Douro. Estando fechada e, para evitar no futuro os acontecimentos anunciados, seria bom pensar na sua transformação e utilização, para bem dos habitantes da Régua.

Mas voltemos a Aveiro. Podem crer na utilidade das actividades da FÁBRICA Centro de Ciência Viva onde, num laboratório-cozinha - A Cozinha é um Laboratório - se multiplicam os estudos, as actividades e idealizam os mais incríveis jantares.

Foi nesta Fábrica que, no ano de 2005, se idealizaram os jantares - À Mesa com Júlio Verne - baseados na obra de Júlio Verne. Será esta mesma entidade que irá organizar os futuros jantares, cuja temática será desenvolvida à volta de Leonardo da Vinci.

Naturalmente, muitos irão pensar que estas actividades só podem ser trivialmente úteis para comer e beber. Estão, no meu entender, muito enganados. Os dados de felicidade, de saúde e de conforto, dependem, em grande parte, da forma como a nossa alimentação diária é realizada. Deveríamos ainda pensar nas influências sobre os problemas económicos que estas actividades desenvolvem na nossa Indústria do Turismo, na Agricultura, na Viticultura, na Indústria Agro-alimentar, etc, etc.

Bem! Vamos terminar, por agora, porque este é um assunto suficientemente importante para ser devidamente desenvolvido, merecendo uma entrevista não só aos responsáveis deste projecto, como também à própria Reitora da Universidade, para compreendermos as finalidades de tudo quanto se desenvolve.

Quero só dizer, retornando ao jogo, que nele estão envolvidos sete grupos de alimentos indispensáveis para a alimentação diária, e à volta deles tudo vai girar: cereais, derivados de tubérculos, hortícolas, leguminosas, frutas, gorduras, óleos, carnes, peixes, ovos e lacticínios. Cada família é representada por quatro alimentos. O jogo é aliciante e pedagógico, incita ao desafio e transmite-nos uma quantidade de informações, que não é comum educarem-nos com elas.

Evidentemente que, sendo um amante do Douro, pergunto-me se numa Região onde a evidente monocultura vitícola parece ter um estatuto em vias de transformação económica no futuro, não seria bom que também se começasse a pensar em Instituições destas, que poderiam modificar as formas de ver e orientar as mentalidade para outros caminhos, os quais podiam conduzir a outra noção de qualidade de vida, que exige uma atenção mais simples das coisas e dos comportamentos, tendo complexidades que pedem um verdadeiro entusiasmo cultural. Assim, a população poderá analisar a verdadeira importância da cultura biológica, do tratamento dos terrenos na agricultura e das técnicas de conservação, que não devem destruir os sabores e os aromas dos nossos alimentos.

Na verdade, é com inveja que observo a FÁBRICA Centro de Ciência Viva, da Fundação João Jacinto de Magalhães, em Aveiro. As suas iniciativas são viradas para um futuro que nos faz reflectir na importância da nossa forma de alimentação, não só no aspecto lúdico do prazer sensitivo, mas também nos aspectos ligados à nossa qualidade de vida, que só uma alimentação sadia, pode proporcionar, sem querer também mencionar este laço umbilical com a Gastronomia, com o Turismo e com a Cultura.

Será que esta reflexão pode abrir as ideias de quem tem o poder de as realizar? Ou, pergunta-se, queremos inscrever-nos todos em viagens lunares, quando ainda não sabemos como se deve comer na Terra?

Gil Gilardino*

*Eno-gastronómicamente Vostro - Gil Gilardino

Para fabricar ideias contacte: iga-lamego@sapo.pt


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